*em resposta a todas as reações adversas causadas pela minha total obsessão por dormir nessas férias, formulei este texto com o objetivo de tocar o coração dos hiper-ativos que insistem em reclamar da minha "marcha lenta".
Sempre fui, sempre souberam e nunca escondi de ninguém: sou uma grande preguiçosa!
E como todo ser humano com defeitos tende a procurar um lado positivo para eles a fim de diminuir sua culpa, deparei-me pensando no “lado bom da preguiça”.
Concluí que, de todos os defeitos possíveis, a preguiça é a mais honrosa.
Enquanto agimos segundo a preguiça visamos o mínimo esforço e maior estática.
Uma pessoa preguiçosa é mais tranqüila, mais caseira, menos consumista –e, conseqüentemente, menos utilizadora dos recursos naturais tão desigualmente distribuídos no planeta.
Um preguiçoso autêntico não perde tempo com assuntos dispensáveis. Não curte brigas, intrigas, discussões e / ou situações enfadonhas (problemas desnecessários dão uma preguiça danada!).
Um preguiçoso autêntico não é ganancioso. Por que conseguir rios de dinheiro dá muito trabalho (mesmo que desonesntamente requer muitas maracutaias) e depois ainda temos todo o trabalho de gastar na Daslu ou onde quer que esteja na moda (e para saber o que está na moda temos que gastar energia lendo as revistas de fofoca para nos interar e lá se vai mais trabalho!).
Pensem em quão diferente seria um mundo habitado por multidões de preguiçosos.
Certamente não teríamos tantas novidades tecnológicas. Também pudera, maior parte das inovações hoje em dia servem apenas para nos obrigarem a mais esforço: celulares não nos permitem mais nos esconder de nossos patrões que agora, acessando uma simples combinação numérica podem manter contato conosco onde quer que vamos; computadores portáteis são quase como extensões do escritório; a Internet banda larga nos permite trabalhar a toda velocidade até mesmo em nossa própria casa e tantos outros exemplos que estou com preguiça de listar.
Há quem possa até argumentar que a preguiça é um dos pecados capitaais. Mas um autêntico preguiçoso se fecha aos demais pecados. Não se rende à ira, nem à vaidade, nem à luxuria (imagina! os prazeres da carne consomem demasiada energia!), nem à avaresa nem essas outras coisas de gente que perde tempo em atividades cansativas.
A Arte do preguiçoso é a contemplação do nada. O culto à tranquilidade!Um preguiçoso é um filósofo do vasio!
Por isso, se um dia fores chamado de preguiçoso e sentires que houve intenção de ferir, de debochar ou de fazer chacota, faça um minuto de silêncio e tire um belo cochilo em nome da paz e em protesto contra os que não sabem o quanto a inanição pode ser gratificante!