sábado, 23 de agosto de 2008

Duas Histórias Sobre Dirigir

N°1

Hora do almoço no shopping eu e mais 3 acompanhantes. No meio da refeição um deles precisa voltar correndo para a empresa (um pepino inadiável o espera). Terminamos nossa refeição e nos dirigimos para a saída.

“Puxa! Fulano estava com o ticket do estacionamento no bolso e foi embora com ele!”

Vamos conversar com o segurança e este nos conta que "está tudo bem", basta apresentar os documentos do carro para o segurança da cancela.

“Ixi! Mas é que o shopping é tão perto que eu nem me preocupei em pegar os documentos!”

Expressão de desconfiança do segurança e a notícia: pra sair precisamos do ticket ou dos documentos, nenhuma chance de negociar.

Aí lá vamos nós ligar para o amigo que levara o ticket e que àquela altura já estava longe indo em direção à outra unidade da empresa.
Meia hora depois: “ufa! Chegou o ticket. Vamos embora”. (Mas não sem antes um belo sermão do tio da segurança sobre a importância de estar sempre com a documentação, claro.)

Resumindo: 2 horas de almoço, várias atividades da minha tarde de trabalho atrasadas e uma pequena dose de mal humor. Detalhes.


N° 2

Domingo bonito de sol dia de acordar cedo e ir ao hospital psiquiátrico para mais um dia de alegre interação com alguma interna (parque é coisa do passado, pelo menos por este ano...rs).

Acomodamos “confortavelmente” nosso grupo de 6 amiguinhos em um corsa no esquema de sempre (quem senta na janela esquerda só apóia a nádega direita no banco, da mesma forma a pessoa da esquerda só apóia a nádega direita e as duas do meio alternam o uso do encosto do banco). E lá vamos nós.

Conversa vai, conversa vem e heis que...Blackt!....Huuummm...parece que demos uma encostada na guia...melhor parece que subimos e descemos da guia....corrigindo, batemos na guia e o pneu estourou. Ê laia...

A melhor parte foi quando os 2 supostos homens do bando nos perguntam: “Puta! O que a gente faz agora?” (Entra em pânico? Chama o Chapolin? Senta e chora?)

Hora de trocar o pneu. Pegamos o estepe, pegamos o macaco e....ficamos admirando o estrago sem saber por onde começar!

Primeiro: ligar para o professor e avisar que nos atrasaremos.

“Oi, professor. Então, estávamos indo pro hospital e o pneu furou - (seria muito desmoralizante contar que ele havia estourado após uma batida na guia) – e agora vamos atrasar um pouco.”

“Mas vocês não tem macaco nem estepe?”

“Temos, professor, só não sabemos usar!”

“Intelectual é foda mesmo... Tudo bem. A gente espera.”

Mexe aqui, rosqueia dali e o tempo passando...

Uma ajuda cairia bem. Fomos, Bianca e eu, atrás de algum posto de gasolina, borracheiro ou qualquer um que pudesse nos dar uma mão. No caminho encontramos uma viatura. Paramos para explicar do carro, do pneu, da nossa incapacidade de usar um macaco e etc. ouvimos:

“Vocês podem seguir nessa avenida que tem um borracheiro há uns 400m.”

“Puxa, mas a gente já veio andando lá de trás e estamos super atrasadas....”

“Vocês podem ligar no 190 que vem uma viatura ajudar.”

Percebemos a má vontade e saímos resmungando: “Baita falta de pró-atividade! Chamar uma viatura? E eles estavam dentro do quê mesmo?”...

E quando estávamos quase dobrando a esquina os gentis policiais decidiram “espontaneamente” nos dar uma carona. Aleluia!

(Foi meu 1° passei numa viatura e eu quase me arrebentei toda quando me joguei no bando antes de notar que não tinha estofado. Maior banco duro e desconfortável!).

Mas no final das contas quando voltamos para o carro os rapazinhos haviam acabado seu rito de passagem para a vida adulta e o pneu estava devidamente trocado.

Fomos desovadas pelos policiais que por sorte não percebeu que o carro tinha 6 passageiros - o que poderia ter nos rendido uma multa – e seguimos a pé até o posto mais próximo para calibrar o pneu. Ufa!

E depois disso, minha mãe pergunta por que toda minha resistência para tirar carta de habilitação. Meu coração não está pronto para tantas emoções ainda...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Amor - Manifestação Inesperada

Ultimamente ando muito arisca em alguns ambientes.
Não curto encostar nas pessoas pra comprimentar, não puxo assunto sem motivo e nunca falo demais sobre mim mesma (só aqui, claro).
E isso tem me permitido observar uma porção de coisas e interagir com o ambiente de uma forma muito gratificante.
Aproveito cada pequena pausa do dia para apenas ficar olhando as coisas sem agir sobre elas. Como se fosse alguma forma de meditação ou coisa assim.

Hoje no fim da tarde quando estava quase finalizando umas pendências e começava a ficar com sono, me dei uma pausa pro café.
E lá estava ela. Uma graça de pessoa em quem ando prestando muita atenção nos ultimos dias: Dona Nilda.
Uma fofura. Não tenho outra palavra pra definir. Uma jovem de uns 40 e poucos anos com espírito de mocinha de 15.

Enquanto pegava meu copo e me decidia se levaria o café pra mesa ou tomaria lá mesmo na copa iniciamos um papo banal: "Onde você mora", "onde trabalhava antes", "o que você estuda" e bá blá blá...

Então ela contou uma história que não resisto em dividir:

O antigo emprego dela era muito longe de onde ela morava, ela trabalhou 3 anos sem férias, 4 meses sem registro e 6 meses sem salário. Mas ela não se sentia prejudicada por quê após a demissão ela recebeu todos os direitos atrasados.
No 1° dia de trabalho ela estava meio perdida sem saber qual ônibus pegar e tal.
E quando procurava alguém pra pedir informação um rapaz esbarrou nela e ela se aproveitando das desculpas perguntou como chegar no tal lugar em que ia.
Por coincidência o fulano ia para o mesmo lugar e a acompanhou por boa parte do caminho.
Durante toda a primeira semana ela e o rapaz pegavam o mesmo ônibus, no mesmo horário e desciam no mesmo ponto.
Um dia ele aparece de carro e oferece uma carona.
E então resolve confessar que não trabalhava por ali e sempre ia pro trabalho de carro (exeto no dia do esbarrão em que era dia do seu rodísio) e que passou a pegar aquele ônibus todos os dias apenas para garantir alguns momentos por dia perto dela.
Desde então esles estão juntos (um total de 5 anos).

Então eu fiquei pensando que devem ser esses momentos e pequenos detalhes que botam uma florzinha nessa vida de concreto e asfalto que costumamos ter.

Não que achar alguém que pega o ônibus errado por você seja garantia de alguma coisa. Eu já tive alguém assim e não deu certo.
Mas que dá um sentido diferente e todo especial para nossa sobrevivência, isso dá!

Espero também eu encontrar quem me faça ser assim e que seja por mim... E que esses pequenos detalhes e delicadas manifestações de afeto nunca faltem...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Constrangida, eu? Magiiiina!

Emprego novo é sempre a mesma coisa. Sempre estamos sujeitos à algumas situações de embaraço.
E a que se segue foi até engraçada.
Pela 1° vez a gafe não foi minha.

Hora do almoço no shopping. Eu me esforçando para me camuflar na multidão, tipo me fingindo de morta, sabe?
Porém, acabo descoberta pelos tiozinhos da controladoria.
"Beleza" pensei. "Se eu ficar quietinha apenas balançando a cabeça de 5 em 5 minutos tudo dará certo".
Conversa vai, conversa vem, acabaram por comentar sobre as características da região em que está a empresa.
Heis que um deles diz: "Por isso que as pessoas da empresa moram tão longe. A mão de obra do Campo Limpo é muito ruim!"
A fim de comprovar sua teoria, pergunta a cada um da mesa "Onde você mora?" E após cada resposta: "Não disse! Longe daqui".
E como não poderia ser diferente, na minha vez eu disse "Moro aqui no Campo Limpo mesmo, pertinho daqui, dá até pra ir a pé. Mas eu sou estagiária mesmo, não preciso ser tão qualificada, né?"
Nunca vi alguém ficar vermelho tão rápido!...rs
Desde então nunca mais encontrei o gentil senhor na hora do almoço.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Chinchilacídio Culposo

Estou muito triste e me sentindo culpada...
Acho que desabafar ajuda... Então vou contar o acidente fatal ocorrido ontem à noite.

Já fazia algum tempo que a Fugi (minha chinchila) vinha apresentando um comportamento estranho. Andava inquieta e às vezes até meio agressiva. (mas nunca machucou ninguém)
Então sempre que pudia soltava ela em casa p ela ter espaço p brincar por um tempo e já estava me preparando p compar uma outra chinchila de companhia e uma gaila maior.

Mas minha burrice interrompeu os planos.
Ontem a soltei no meu quarto por mais de 1h. Ela pulou, brincou e até fez xixi na minha cama. E foi aí que eu decidi que estava na hora dela voltar p gaiola.

Porém ela em toda sua agilidade estava disposta a não facilitar.
E eu acabei tendo a imbecil ideia de encostar a cabeceira da cama na parede p ela ter um canto a menos p se esconder e pegá-la no vão entre a parede e o lado direito da cama.
Infelizmente nessa hora ela pulou p trás da cama e morreu provavelmente pela batida da cabeça na parede (que foi empurrada pela cabeceira da cama).
Tudo culpa minha em toda minha burrice e impaciência...

Tudo o que eu espero agora é que ela não tenha sofrido...

...estarei de luto por um longo tempo...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Sensibilidade Masculina

Dia desses estava eu andando de lotação e ouvindo meu MP3 como sempre.
E eis que acabam-se todas as pilhas.
Droga!
Isso é que dá ter preguiça de re-carrega-las...
Enfim. Já que não tenho música posso me concentrar na paisagem.
Acontece que estava em Sto. Amaro, largo treze de maio, sem NADA para admirar.

Então começo a prestar a tenção na discussão de dois rapazes.
Como a conversa durou mais de 1h (que foi o tempo do trajeto da lotação) vou apenas resumir:
Um dos rapazes contava para o outro como foi irritante ir à balada com um terceiro fulano.

"Mano, eu nunca mais saio com ele! Vai se f*!
Eu tava dando ideia na mina tal e ela com uma amiga que não queria ficar de vela lá com a gente. Aí ela falou que que só ia dar certo dela ficar comigo se tivesse alguém para a amiga dela. Beleza. Aí eu fui lá e agitei a mina pro cara.
Ele até beijou ela e tudo, quer dizer, nem sei se ele beijou ela ou se foi ela que tomou atitude. Mas antes ele contou a vida dele toda. Fez quase uma biografia!
Eu fiquei puto! No outro dia quando ele foi lá em casa eu falei um monte.
E ele ainda disse que estranho era eu que já chegava dando idéia e puxando pra beijar. Disse que tem que conversar antes pra ver se rola clima e pra fazer uma boa imagem. Vê se pode!
Mano, quem precisa de clima é previsão do tempo!
Quem tem que ter boa imagem é televisão!"

Puxa vida...
O que dizer sobre isso?
Será que é este o tipo de "pegador" que anda pelas baladas se dando bem?
Espero que não!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Mesmo na eterna vitória deles...

Ainda há umas brexinhas pra alegria dos pobres...rs!

E lá vou eu de novo recomeçar a labuta em outro estágio!

Não vou reclamar.
Nem comemorar.
Pela primeira vez nessa vida ansiosa vou esperar.
E digo mais: ESPERAR COM OTIMISMO!

Amém!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Na equação da periferia...

Menor de 18
Com seu 38
Acertou 3
No de 34

E restaram 3: 1 viúva e 2 órfãos

Na equação da periferia
A mate-mática

[Cristóvão Tadeu Martins (funcionário público)]

.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Nostalgia



Sabe aqueles dias em que acordamos pensando na via e tudo parece meio poético e leva os pensamentos lá pra longe?

Sabe quando bate uma saudade de um tempo em que sabemos que nada era perfeito, mais ainda assim gostaríamos de poder re-viver?

Sabe quando um cheiro, um barulho e um lugar te fazem resgatar sensações distantes e bate aquele friozinho na barriga e o coração bate mais forte?

Sabe esses momentos em que queremos andar bem devagar na tentativa de fazer uma lembrança durar um pouco mais?


Hoje tive todas estas sensações juntas! Tão bom, mais tão triste... Estive em um lugar que há muito não vizitava. Um compromisso na Av. Corifeu de Azevedo Marques.
Endereço que até poucos 3 anos atrás (puxa! o tempo voa!) era parte de meu trajeto fixo.


E não pude resistir à tentação de resgatar o máximo de momentos possíveis vividos no meu período de magistério.


De longe a época mais doida, confusa e contente dessa minha vidinha!...rs!

O roteiro foi completo:
- Sacolão OBA;

- Palelaria Agipel;

- Clube;

- CEFAM, claro!...rs (que agora recebe outro nome e ganhou algumas grades que me deixaram bem triste...)

- Escola Virgília;

- Morada dos Pães;

- Pizza do Jardineiro / Restaurante Nokioski (que até hoje nunca fui e guardo uma certa vontade reprimida)

- Shopping Butantã (com parada na Livraria Nobel, como não poderia deixar de ser)


Ô saudade... coisinha estranha e boa...

Será que estou ficando velha?!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Reflexões de Reveillon

Antes de mais nada, um texto para uma reflexão neste (re)começo:



E agora posso usar da palavra...
...........................................

A passagem de 2007 para 2008 tinha tudo para ser puramente agradável e tradicional.
Mas algo aconteceu em mim, alguma peça desregulada no meu “filtro de informações” que mobilizou fortes e profundos sentimentos.

Saí no ninho e pela primeira vez nesses 20 anos de vida fui para um outro mundo sem parente que me protegesse.
Lá estava eu, num contexto social que antes só via na novela das 8. E tendo que dissimular naturalidade diante de coisas com as quais ainda estou aprendendo a lidar.
Não que tenha sido ruim. De forma alguma. Me diverti e descansei como rainha nesses últimos momentos de 2007.

... Mas é frustrante saber que as oportunidades são tão mal distribuídas...

E como é cruel este mundo que encerra tantos universos diferentes dentro de si!

Passei a vida toda me sentindo privilegiada.
Nunca passei fome nem dormi em baixo da ponte, ou coisa assim.
Superei ensino médio, adentrei o "superior" e alguém se atreveu a me chamar de "elite". (!)
Mas - porra! - nunca vi sobrar dinheiro em casa e era sempre tudo bem sofrido e lento... (como é até hoje, aliás, a construção da casa de meu pai).

E então alguém corrigiu: "elite cultural" é a expressão correta. Afinal, no Brasil pouquíssimos chegam à universidade e eu deveria agradecer (e realmente agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de estudar).

Mas que esmola ingrata é esta que me deram e que me põe tão perto de um sonho sem me deixar tocar?

Dentro desta elite em que caí de pára-quedas é tudo muito exigente.
Não basta comprovar matrícula para ser visto como competente. Precisa ter histórico, coisa que ninguém me deu.
E esperam de mim uma cultura, uma desenvoltura um conhecimento prévio e um inglês fluente que sempre estiveram à venda, mas que sempre foi artigo de luxo e eu nunca pude comprar.

É irônico. E parece que o sistema organizou tudo bem direitinho para a auto-afirmação da classe “A” e para que a classe baixa onde me criei entenda que nosso lugar é cá embaixo onde sempre foi, servindo e comendo restos. E ainda que nos permitam ver tudo mais de perto (de dentro da universidade, por exemplo) nunca seremos nada além de espectadores da eterna vitória “deles”.
Salvo um ou outro “pobre-vitorioso”, claro, que aparece no Jornal Nacional e nas campanhas do governo para tentar cobrir com a peneira todo este desequilíbrio (alguém se lembra de “o melhor do Brasil é o brasileiro?”).

Bem, sempre carreguei comigo um pouco desta mágoa de não estar na “camada boa da sociedade”. E até desabafava em piadas do tipo “não posso pois sou pobre” ou “só vendendo o meu corpinho para eu conseguir isto” e outros comentários de mau gosto.

Recentemente, porém, me peguei surpreendida por um sentimento novo.
Sim, por breve instante pude ter “orgulho” de minha origem.
Pois, é daqui de baixo que se tem um ângulo mais claro pra muitas coisas, pois, é daqui onde não podemos nos blindar contra a miséria, que se pode sentir a realidade crua e dura do mundo que não aparece na TV.

E todo este sentimento de contentamento me tomou quando vi que possivelmente não sou a única pessoa deste buraco chamado Campo Limpo que busca elevar a mente para uma cultura nossa e que seja entendida por nós. Compreendi que não preciso me vender ao outro time para ter acesso a coisas boas.

Entendo que na corrida rumo ao sucesso cada um tem uma linha de largada. E para a maioria das pessoas (os desfavorecidos) ela linha fica bem lá atrás de uma minoria dominante (os nascidos em “berço de ouro”).
Mas quando nos encontramos e nos identificamos com pessoas que também anseiam prosperidade fica mais fácil de arrastar nossa linha de largada um tanto mais pra diante.

Segue a inspiração para este texto confuso. Uma matéria sobre um lugar ainda (AINDA) desconhecido por mim, mas que pretendo desbravar neste ano que começa pra ver se a semente de esperança que brotou em mim germina mais um pouco e quem sabe até, crie raízes...

Bom Divertimento!