terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Sensibilidade Masculina

Dia desses estava eu andando de lotação e ouvindo meu MP3 como sempre.
E eis que acabam-se todas as pilhas.
Droga!
Isso é que dá ter preguiça de re-carrega-las...
Enfim. Já que não tenho música posso me concentrar na paisagem.
Acontece que estava em Sto. Amaro, largo treze de maio, sem NADA para admirar.

Então começo a prestar a tenção na discussão de dois rapazes.
Como a conversa durou mais de 1h (que foi o tempo do trajeto da lotação) vou apenas resumir:
Um dos rapazes contava para o outro como foi irritante ir à balada com um terceiro fulano.

"Mano, eu nunca mais saio com ele! Vai se f*!
Eu tava dando ideia na mina tal e ela com uma amiga que não queria ficar de vela lá com a gente. Aí ela falou que que só ia dar certo dela ficar comigo se tivesse alguém para a amiga dela. Beleza. Aí eu fui lá e agitei a mina pro cara.
Ele até beijou ela e tudo, quer dizer, nem sei se ele beijou ela ou se foi ela que tomou atitude. Mas antes ele contou a vida dele toda. Fez quase uma biografia!
Eu fiquei puto! No outro dia quando ele foi lá em casa eu falei um monte.
E ele ainda disse que estranho era eu que já chegava dando idéia e puxando pra beijar. Disse que tem que conversar antes pra ver se rola clima e pra fazer uma boa imagem. Vê se pode!
Mano, quem precisa de clima é previsão do tempo!
Quem tem que ter boa imagem é televisão!"

Puxa vida...
O que dizer sobre isso?
Será que é este o tipo de "pegador" que anda pelas baladas se dando bem?
Espero que não!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Mesmo na eterna vitória deles...

Ainda há umas brexinhas pra alegria dos pobres...rs!

E lá vou eu de novo recomeçar a labuta em outro estágio!

Não vou reclamar.
Nem comemorar.
Pela primeira vez nessa vida ansiosa vou esperar.
E digo mais: ESPERAR COM OTIMISMO!

Amém!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Na equação da periferia...

Menor de 18
Com seu 38
Acertou 3
No de 34

E restaram 3: 1 viúva e 2 órfãos

Na equação da periferia
A mate-mática

[Cristóvão Tadeu Martins (funcionário público)]

.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Nostalgia



Sabe aqueles dias em que acordamos pensando na via e tudo parece meio poético e leva os pensamentos lá pra longe?

Sabe quando bate uma saudade de um tempo em que sabemos que nada era perfeito, mais ainda assim gostaríamos de poder re-viver?

Sabe quando um cheiro, um barulho e um lugar te fazem resgatar sensações distantes e bate aquele friozinho na barriga e o coração bate mais forte?

Sabe esses momentos em que queremos andar bem devagar na tentativa de fazer uma lembrança durar um pouco mais?


Hoje tive todas estas sensações juntas! Tão bom, mais tão triste... Estive em um lugar que há muito não vizitava. Um compromisso na Av. Corifeu de Azevedo Marques.
Endereço que até poucos 3 anos atrás (puxa! o tempo voa!) era parte de meu trajeto fixo.


E não pude resistir à tentação de resgatar o máximo de momentos possíveis vividos no meu período de magistério.


De longe a época mais doida, confusa e contente dessa minha vidinha!...rs!

O roteiro foi completo:
- Sacolão OBA;

- Palelaria Agipel;

- Clube;

- CEFAM, claro!...rs (que agora recebe outro nome e ganhou algumas grades que me deixaram bem triste...)

- Escola Virgília;

- Morada dos Pães;

- Pizza do Jardineiro / Restaurante Nokioski (que até hoje nunca fui e guardo uma certa vontade reprimida)

- Shopping Butantã (com parada na Livraria Nobel, como não poderia deixar de ser)


Ô saudade... coisinha estranha e boa...

Será que estou ficando velha?!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Reflexões de Reveillon

Antes de mais nada, um texto para uma reflexão neste (re)começo:



E agora posso usar da palavra...
...........................................

A passagem de 2007 para 2008 tinha tudo para ser puramente agradável e tradicional.
Mas algo aconteceu em mim, alguma peça desregulada no meu “filtro de informações” que mobilizou fortes e profundos sentimentos.

Saí no ninho e pela primeira vez nesses 20 anos de vida fui para um outro mundo sem parente que me protegesse.
Lá estava eu, num contexto social que antes só via na novela das 8. E tendo que dissimular naturalidade diante de coisas com as quais ainda estou aprendendo a lidar.
Não que tenha sido ruim. De forma alguma. Me diverti e descansei como rainha nesses últimos momentos de 2007.

... Mas é frustrante saber que as oportunidades são tão mal distribuídas...

E como é cruel este mundo que encerra tantos universos diferentes dentro de si!

Passei a vida toda me sentindo privilegiada.
Nunca passei fome nem dormi em baixo da ponte, ou coisa assim.
Superei ensino médio, adentrei o "superior" e alguém se atreveu a me chamar de "elite". (!)
Mas - porra! - nunca vi sobrar dinheiro em casa e era sempre tudo bem sofrido e lento... (como é até hoje, aliás, a construção da casa de meu pai).

E então alguém corrigiu: "elite cultural" é a expressão correta. Afinal, no Brasil pouquíssimos chegam à universidade e eu deveria agradecer (e realmente agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de estudar).

Mas que esmola ingrata é esta que me deram e que me põe tão perto de um sonho sem me deixar tocar?

Dentro desta elite em que caí de pára-quedas é tudo muito exigente.
Não basta comprovar matrícula para ser visto como competente. Precisa ter histórico, coisa que ninguém me deu.
E esperam de mim uma cultura, uma desenvoltura um conhecimento prévio e um inglês fluente que sempre estiveram à venda, mas que sempre foi artigo de luxo e eu nunca pude comprar.

É irônico. E parece que o sistema organizou tudo bem direitinho para a auto-afirmação da classe “A” e para que a classe baixa onde me criei entenda que nosso lugar é cá embaixo onde sempre foi, servindo e comendo restos. E ainda que nos permitam ver tudo mais de perto (de dentro da universidade, por exemplo) nunca seremos nada além de espectadores da eterna vitória “deles”.
Salvo um ou outro “pobre-vitorioso”, claro, que aparece no Jornal Nacional e nas campanhas do governo para tentar cobrir com a peneira todo este desequilíbrio (alguém se lembra de “o melhor do Brasil é o brasileiro?”).

Bem, sempre carreguei comigo um pouco desta mágoa de não estar na “camada boa da sociedade”. E até desabafava em piadas do tipo “não posso pois sou pobre” ou “só vendendo o meu corpinho para eu conseguir isto” e outros comentários de mau gosto.

Recentemente, porém, me peguei surpreendida por um sentimento novo.
Sim, por breve instante pude ter “orgulho” de minha origem.
Pois, é daqui de baixo que se tem um ângulo mais claro pra muitas coisas, pois, é daqui onde não podemos nos blindar contra a miséria, que se pode sentir a realidade crua e dura do mundo que não aparece na TV.

E todo este sentimento de contentamento me tomou quando vi que possivelmente não sou a única pessoa deste buraco chamado Campo Limpo que busca elevar a mente para uma cultura nossa e que seja entendida por nós. Compreendi que não preciso me vender ao outro time para ter acesso a coisas boas.

Entendo que na corrida rumo ao sucesso cada um tem uma linha de largada. E para a maioria das pessoas (os desfavorecidos) ela linha fica bem lá atrás de uma minoria dominante (os nascidos em “berço de ouro”).
Mas quando nos encontramos e nos identificamos com pessoas que também anseiam prosperidade fica mais fácil de arrastar nossa linha de largada um tanto mais pra diante.

Segue a inspiração para este texto confuso. Uma matéria sobre um lugar ainda (AINDA) desconhecido por mim, mas que pretendo desbravar neste ano que começa pra ver se a semente de esperança que brotou em mim germina mais um pouco e quem sabe até, crie raízes...

Bom Divertimento!