segunda-feira, 9 de abril de 2012

Nunca Estou Lá

Onde nossa vida acontece?


Hoje um amigo me perguntou o que me motiva a viver.
Pqp! Entrei na maior viagem, com aquela sensação de que qualquer pessoa no mundo poderia se esquivar dessa resposta, menos eu. Notei que por trás desse assunto tinha uma intenção, uma necessidade implícita de conforto...[não cabe agora explicar o contexto para não expor meu interlocutor]


E eu não respondi a pergunta [uma vergonha, mas é verdade]. Simplesmente porque para mim ela é impossível.


Respondendo a pergunta do começo do post, nossa vida acontece no momento presente. Como diz o ditado somos donos apenas do hoje e, por mais brega que pareça, é bem por aí.
Pensando sobre a pergunta do meu amigo comecei a pensar em como nunca estou lá onde as coisas acontecem e hoje tive muito tempo para pensar nisso [consequência do pé engessado e um atestado de 3 dias que recebi ontem].


Há três meses bati o pé num acidente doméstico e há um mês e meio comecei fisioterapia. 2 vezes por semana durante minha hora de almoço no trabalho. Para eu não perder muito tempo de trabalho, nesses dias não paro para comer. Como um lanche na mesa de trabalho mesmo, levo 15min para chegar à clínica, 1hora de sessão e 15min para voltar.
Até aí tudo certo para fazer tudo o que preciso com o mínimo de impacto para minha rotina normal. Pelo menos na teoria. Na prática perdi bem mais que meia hora do meu dia por conta da fisio.


Começo o dia já de luto pelo almoço perdido e pela correria, não me concentro no trabalho e o dia não rende. Fico na fisioterapia pensando em tudo o que poderia estar fazendo no trabalho e não faço os exercícios direito. Vou pro inglês e sou incapaz de me manter na aula pensando em como aproveitar o dia seguinte para recuperar o dia perdido e no dia seguinte lamento não ter prestado atenção na aula do dia anterior. Um ciclo terrível e inevitável.


Um gestalterapeuta diria que tenho problemas para "temporalizar". O tempo que vivo nunca é o meu.
E isso eu já sei faz tempo.


Mas será que existe uma saída?
Ou será que a resposta sobre o que me motiva é o fato de eu ser sempre o burro atrás da cenoura?