quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quando eu descobri que talvez já fosse adulta

Quando eu era criança achava que seria adulta quando pudesse sair sozinha e voltar na hora que escolhesse.
Quando eu era pré adolescente achava que seria adulta aos 18 anos.
Quando fiz 18 anos achei que me sentiria adulta ao terminar a faculdade e ser efetivada no emprego.
Quando completei a faculdade e fui efetivada no emprego achei que me faltava sair da casa da minha mãe para ser adulta (infelizmente isso ainda não aconteceu).

Mesmo assim, existem momentos na vida que soam como um marco da maturidade e bate aquele sentimento de "É...ser gente grande não é fácil, mas talvez esteja pronta pra isso".

Comigo aconteceu assim...chegou um belo dia em que desejei muito e tive algo (pelo menos aparentemente) no alcance das mãos, mas disse "NÃO".
Porque disse "NÃO"? Pelo simples motivo de não haver outra resposta cabível no contexto.
É irônico que justamente quando tudo parece tão estável algo assim aconteça. Desejo e a oportunidade, estes dois amigos de temperamento forte que vivem brigando, resolveram sentar-se íntimos na mesma mesa...

Quando uma criança com cárie (daquelas que matam de dor) tem a oportunidade de comer um belo doce, certamente ela irá aproveitar a oportunidade. O que vale é realizar a vontade, satisfazer o monopólio do Id dentro de nós.

Então, mais do que ter determinada idade, ou determinado poder de decisão sobre a própria vida, talvez no fim das contas ser adulto seja isso: saber  o que fazer com este poder. Quando temos a noção de que nossa vida, apesar de nossa, toca a existência de terceiros e somos capazes de tomar uma atitude de forma completa (considerando o impacto de nossas ações não só para nós mesmos, mas para todos os lados envolvidos) é a hora em que podemos dizer: "Bye bye, adolescência! Foi bom enquanto durou!"

E é isso...o desejo disse "SIM", o bom senso disse "NÃO" e meu eu interior rolou no chão chorando e gritando como a criancinha mimada e insuportável que é. (- Beijinho, adolescência. Quem sabe não nos encontramos outra hora?)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

E depois dos 20 centavos?!

Depois de muito tempo de descrença me parece que o discurso reclamão tão comum aos brasileiros de uma forma ainda desforme vem começando a tomar corpo.
Hoje a vitória foi grande, sem dúvida. Quem diria que seria mesmo possível revogar algo aparentemente tão definitivo quanto o aumento das passagens de ônibus?

No entanto, prevejo que amanhã virá um sentimento de ressaca. Como será depois da euforia?

Ao mesmo tempo em que se defendeu uma pauta única, clara e objetiva - a redução do valor da passagem - também houveram (muitos) momentos de catarse e de abordagem mais pelas beiradas de outros tantos temas que geram insatisfação em nosso país.
E agora que a primeira reivindicação foi atendida é necessário foco e cuidado para não cair neste sentimento carnavalesco de se deixar deslumbrar e ser enrolado pelo "sistema".
Muitas vezes ouvimos que "não é por 0,20 centavos, é por direitos". Mas, que direitos são estes?

Ainda a pouco um cidadão entrevistado na rua pelo jornal da cultura, ao ser perguntado sobre o que acha sobre as manifestações, disse "é preciso ter um limite, estas manifestações acabam atrapalhando a vida de quem não tem nada a ver com isso".
Ahhh...neste momento minha úlcera pulsou. [TODO MUNDO TEM A VER COM ISSO, PORRA! É esse sentimento de coletividade que não pode se perder!]

Por um país mais justo. Sem patriotismo, mas também sem reclamações ao vento.
Devemos ser politizados, sem que pra isso dependamos dos partidos.

Por uma política participativa e não representativa.
Nossas necessidades é o que sentimos na pele a cada dia, não a pauta de uma reunião secreta no congresso.
Vamos correr atrás por um simples motivo: merecemos felicidade e justiça.