domingo, 21 de julho de 2013

Nova ou velha é tudo uma questão de com quem você toma a cerveja

Ando num momento muito conturbado da minha vida.
Ao mesmo tempo em que tenho na mão vários ingredientes que sempre acreditei serem indispensável a uma vida plena, feliz e bem resolvida me parece que não consigo misturá-los numa receita adequada.
Tenho me deparado com uma grande fonte de ansiedade para muitos humanos: o medo da solidão e a incerteza com minhas escolhas.

E como boa representante da geração “meio dos 80, início dos 90” o que faço quando me deparo com este medo primário e devastador?
Saio pra tomar cerveja.

Por anos este hábito era realizado sempre com praticamente as mesmas pessoas, em sua maioria não escolhidas por mim, mas ditadas pelo namorado da vez. [Pois é. Eu não tenho mesmo personalidade].
Mas agora não. Agora estou sendo obrigada a reaprender a estabelecer vínculos e participar de novos meios sociais (ou a resgatar os meios sociais antigos).
Afinal, joguei na merda um relacionamento de mais de 3 anos após uma crise adolescente fora de época que obviamente não poderia ter dado em nada (como de fato não deu em nada além do fim de um relacionamento lindo que nunca mais ressurgirá). [Mas isso não vem ao caso agora...]

Não quero que as pessoas que tem me contemplado com a alegria de tomar cerveja pensem que não gostei de estar com elas ou que as procurei por falta de opção.

Mas acho uma vergonha essa minha iniciativa de ir por conta própria ao encontro dos seres humanos apenas (ou quase sempre) quando estou na merda. Isso é uma postura desprezível que eu sempre repudiei, mas que, ao mesmo tempo, sempre tive.

Enfim, voltemos à cerveja.

Tenho saído com as mais diferentes pessoas para uma sessão de bebedeira e conversas.[Muito mais conversas que bebedeiras, que fique claro].

E hoje, depois do meu rolê cervejeiro número 549 desta semana, notei algo intrigante... As pessoas pensam de forma diferentes umas das outras!
Ok, eu sei que isto é obvio.

Acontece que quando você sai com uma intenção principal de receber um conselho sobre uma situação importante que está acontecendo na sua vida (como é o meu caso) pode ser que tenha a inocência de achar que existe apenas um ponto de vista correto e que qualquer pessoa para quem a gente peça opinião diga a mesma coisa.
E, surpresa, não é bem por aí.

Me encontro numa encruzilhada e num beco de dúvidas primárias. Às voltas com os temas que sempre julguei inferiores, pensando sobre assuntos que sempre me pareceram indignos. Daqueles que quando fui tratar pela primeira vez na terapia precisei respirar fundo por uns 10 minutos até engolir a vergonha e o orgulho para colocar o dedo nesta ferida purulenta e irrelevante de minha existência.

Além do meu querido terapeuta, todas as inocentes criaturas que vem saindo comigo e ouvindo os relatos do meu drama têm sido convocadas a avaliar se estou muito velha para estar às voltas com meus atuais conflitos. [Que não vou detalhar aqui agora, pois não estou na vibe de me expor tanto. Se você sacou do que estou falando, parabéns. Se não sacou, paciência]

Interessantíssimo ver como tenho ouvido na mesma medida alguns:
“É, já não era mais para você estar pensando nessas coisas”
“Relaxa, sou mais velho(a) que você e ainda passo por isso”
“Velha você? Até parece! Muita coisa ainda vai acontecer na sua vida”

Com isso a lição que fica é: Se você é jovem ainda, amanhã velho será... (hehe...brincadeira.)

A lição que fica é que estar muito velha ou muito nova é apenas uma variável que depende de com quem você está tomando sua cerveja.


:)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

E eu...o que faço com esses números?!

1 vida
Trocentos números incoerentes e inconsistentes misturados...
25 recomeços
3 esperanças perdidas (ou talvez ainda 2 e 1/2) 
A repetição do mesmo ciclo de desequilíbrio
Após uma média de 1100 manhãs de glória imaculada
(ou quase...)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

É tudo pose

[gostaria de começar deixando claro que quando digo "nós" ou faço uso do plural no post abaixo como se falasse de algo comum a toda raça humana, estou me referindo exclusivamente a mim e discorrendo sobre conclusões que tiro com base apenas na minha própria vida]


O fato é que a natureza humana é cheia de carências. Vivemos nos agarrando a muitas coisas para taparmos  nosso vazio interno.
Todos nós, cada um à sua maneira e em maior ou menor grau, tem como objetivo primeiro da existência ser amado, querido, admirado... É isto que nos dá a sensação de preenchimento que faz valer a pena levantar a cada dia e encarar este mundo hostil de merda que nos rodeia.

Um mecanismo não muito raro e até certo ponto eficiente que temos para sustentarmos a segurança de nos sabermos "gostáveis" é ostentar uma imagem de força e convicção e exibirmos todas as nossas qualidades sempre que possível.

Apesar de ser inegável a importância de sabermos o que temos de bom, também acho que por outro lado usar isto como escudo nos momentos de frustração é uma grande armadilha. Nos torna excessivamente defendidos em momentos que talvez o melhor ou mais proveitoso para nosso crescimento pessoal seja justamente explorar nossas fragilidades ao invés de nos escondermos por trás de nossa [suposta] força.

Pelo menos isto é o que tenho compreendido paulatinamente nos últimos tempos: muitas vezes a melhor defesa não é o ataque, mas sim a rendição.
Me sinto aprendendo coisas que acho que as pessoas normais aprendem até os 5 ou 6 anos de idade. Aprendendo a chorar, a assumir muitas coisas que não sei, reconhecendo situações que não consigo manejar e me despindo desta casca grossa que me acompanhou bravamente nos últimos quase 26 anos. E, ao mesmo tempo em que isto me deixa numa vulnerabilidade extrema, também me faz entrar em contato com uma faceta até então desconhecida da minha humanidade. [Parece que foi ontem que minhas colegas de CEFAM me apelidavam de S.S. (sem sentimentos) por minha incrível capacidade de ser racional e distante em momentos de crise e vejam só o que me pego escrevendo...quase não acredito...rs]

Como eu mesma fazia até muito pouco tempo atrás, muita gente ainda se fixa na ideia de que o importante mesmo é não descer do salto, não baixar a crista (como costuma dizer minha mãe). Mas já diria Lobão "É tudo pose"....
A real é que toda mocinha alguma noite chora no travesseiro, todo machão em alguma hora tem medo da vida, toda mãe questiona sua postura com seus filhos e todo padre em algum momento teme cair em tentação, por mais que vivamos a esconder nossos calcanhares de Aquiles.
Hoje a consciência disso tem me matado e libertado em vários níveis...