quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

É no balanço deste fim de ano

No primeiro texto que postei este ano fiz uma retrospectiva de tudo que me ocorreu em 2013. E tinha coisa pra lembra! Eita!

Revisando as expectativas que tinha e o ritmo frenético em que vivia aqueles dias, posso dizer que, apesar de tudo que ocorreu, 2014 foi um ano brando. Até porque este ano teria que suar muito a tanga pra ralar com ano passado.

Mas também não tenho muito do quê reclamar. Arrumei emprego novo, fiz amizades novas, conheci alguns lugares diferentes, tirei a bendita carta de motorista (finalmente!) e faturei até um namorado, vejam só!

E na retrospectiva deste fim de ano concluo que, como diz meu pai, janeiro chega. O tempo passa e as coisas mudam independente de nossa vontade. E isso não é bom, nem é ruim. É apenas um fluxo, e essa coisa toda de estar “de bem com a vida” consiste no nosso poder de adaptação aos fatos.

Desejos para o ano que entra eu tenho muitos. Mas fiz um trato com 2015: não prometerei nada grandioso para ele e ele não me decepcionará.

E que o balanço desse vai-e-vem de folhas de calendário que me aguarda tragam boas novas! Amém!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A vida e o tomate seco – sobre o direito de ser [in]feliz


Não, não e não. Esse não será um texto de apologia à tristeza, por mais que o título dê esta impressão.

Apenas andei refletindo sobre minha resistência em ter uma felicidade efusiva e escandalosa como a que parece estar na moda hoje em dia.

Sempre fui discreta, contida e desconfiada. Principalmente quando o assunto é felicidade. Por mais que tenha gente que fale em felicidade plena, eu acho que plenitude de verdade não tem nada a ver com um sorriso no rosto 24 horas por dia. Sempre acreditei num mundo baseado em opostos, defendo o conceito do Yin e Yang até debaixo d’agua. Acho que só existe o belo contraponto ao feio, só existe o bem em contraponto ao mal, o frio em contraponto ao calor, o amor em contraponto ao desprezo e, logo, a felicidade em contraponto à tristeza.

Por isso mesmo creio que não existe nem felicidade nem tristeza plena (igual o ditado que diz que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe).

Acontece que vivemos a era da “Felicidade à todo custo”. O que eu creio, de verdade, ser duma babaquice e pobreza infinita. Afinal, se eu não me permito chafurdar na lama da tristeza vez por outra, como saberei de fato se sou feliz? Já dizia Vinícius de Moraes: Senão, é como amar uma mulher só linda. E daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade(...)” [samba da Bênção – Vinícius de Moraes]

E mesmo assim toda vez que abro meus e-mails, confiro o feed de notícias do facebook ou comento com alguém que algo na vida vai mal, sou inundada por um discurso simplista do tipo “O importante é não se abater, pôr um sorriso no rosto e seguir como se nada de ruim te atingisse”.

NÃÃÃÃÃÃOOOOO!!! Definitivamente não!

Felicidade pra mim é como o tomate seco. Uma delícia! Mas se exagerar acaba sufocando os outros sabores e empobrecendo a receita.

Portanto é essa a bandeira de hoje: se permita ser infeliz! Sofra! Chore! Se esparrame em tudo o que deu errado! Depois, quando a vida lhe sorrir de novo, você como ela conseguira ser mais colorida do que parecia antes!
 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Moleques que pegam gostosas e os erros nossos de cada dia

Estava eu numa tarde qualquer zapeando na internet e fuçando os links compartilhados do facebook quando dou de cara com uma imagem. Era a foto de um menino de uns 13 anos dando “uns pega” numa gostosa peituda de pelo menos 19.

Ok. Blz.

Achei aquilo meio estranho, nojento e quase constrangedor. Aí resolvi, como quem não quer nada, dar uma conferida nos comentários, porque normalmente nessas notícias de “inutilidades internéticas” a parte mais legal/interessante/engraçada fica por conta da manifestação popular e achei que esta seria uma notícia promissora no quesito “comentários bizarros”.

Não deu outra. Tinha gente falando que era um absurdo, que era nojento, que “como assim o menino que nem piroca tem ainda tá pegando uma mulher dessas?” e blá blá blá. Então um dos comentários me chamou atenção. Não cheguei a reparar se vindo de uma menina ou de um cara, mas era mais ou menos assim: “Tem que fazer isso mesmo! Deixa o menino pegar quem ele quiser! Melhor ele fazer isso do que estar na rua usando drogas ou estar cometendo algum crime”. (risos...ou talvez uma cara de tela azul do Windows seja mais adequada...)

Quem foi que disse que a vida consiste simplesmente num jogo de opções?

Não quero fazer nenhuma avaliação se o menino tinha que pegar a gostosa ou não tinha que pegar a gostosa. Até porque, se estavam os dois se pegando é porque estava todo mundo feliz e não é da minha conta.

Mas aí me lembrei de um diálogo mais ou menos parecido que tive com uma conhecida minha que rói muito as unhas. Uma vez perguntaram para ela “Porque você rói as unhas? Sua mão fica tão feia! Você não deveria fazer isso”. E a resposta dela foi “Acontece que eu fui fumante, se eu não roer as unhas voltarei a fumar. Você prefere que eu roa as unhas ou fume?”.

Sinceramente achei isso uma puta duma chantagem sentimental barata. Quer dizer então que agora as pessoas são obrigadas a aceitar que façamos uma coisa errada para que evitemos fazer uma coisa mais errada ainda?!

Ah, vá!

Pra mim essa teoria é tão furada quanto uma pessoa que justifica o seu erro com base no erro dos outros. Tipo “não é errado eu furar uma fila ou burlar alguma regra que me desfavoreça se tem tanto político corrupto nesse país”.

Minha opinião: E daí que tem uma pessoa que faz uma coisa errada menos errada que a sua?! Isso não vai fazer a sua coisa errada se tornar certa, me desculpe!