segunda-feira, 25 de maio de 2015

Quando o fim se aproxima

Aquela hora que parece que o fim chegou ou está quase...
Respiro. Penso: "se não se começa de uma hora pra outra, porque então o fim precisa ser de repente, no seco, sem nenhum preparo?"
Mas o fato é esse aí mesmo. A conquista é um processo que leva tempo, mas na hora de acabar esperamos que aconteça rápido.

A coisa apaga e daí alguém levanta a questão: "Acabou?" "Separa?" "Tenta ficar junto um pouco mais?"
Mas nunca deixamos o fim se estruturar dentro de nós quando fizemos quando tudo começou. Não permitimos um processo de "desconquista".
A desconquista dói quando perdemos algo que foi bom e ficou ruim. E talvez doa mais ainda quando perdemos algo que era bom, mas parou de funcionar (ainda que não tenha necessariamente deixado de ser bom).

Há que se pensar no que foi bom, no que foi ruim, no que dá pra melhorar e o que não dá.
O tempo leva embora uma bela parcela da tolerância e aquelas pequenas diferencias e incômodos  que eram bem administradas vão ficando gradativamente maiores.

Chega a hora de chafurdar em cada sentimento e analisar com toda racionalidade disponível ao homo sapiens os detalhes técnicos.
Ahhh...os detalhes técnicos são os piores!
Contar pra família e pros amigos. Explicar pra todo mundo que já vê os dois como uma única entidade que as coisas mudaram.
E aí reestruturar os hábitos: não ter mais companhia pra dormir, pra viajar, pra contar as novidades ou pedir ajuda nas madrugadas.

Putz! O fim dá trabalho!
Há que se pensar...



domingo, 3 de maio de 2015

Desejamos sempre mais do que necessitamos

Às vezes pode ser sutil de um modo que nem percebamos, mas, no geral, estamos o tempo todo atrás de mais do que precisamos.

E não me refiro apenas às questões financeiras. Ok, o mundo é capitalista e então a gente trabalha e trabalha para ganhar dinheiro para poder possuir coisas, não temos por onde fugir disso.

Mas não é só quando o assunto é grana que as pessoas estão atrás de mais quantidade do que o necessário.
Por exemplo: eu vejo que as pessoas ficam carentes não porque elas não tem carinho ou não tem amigos, mas sim porque elas gostariam de ter ainda mais amigos e carinho do que elas já tem. Tiramos o foco da qualidade para sofrer pela quantidade.
E na verdade eu acredito que não precisamos de muito.
Quando paro para pensar nos itens necessários para uma vida plena, com paz e realização eu entendo que menos é mais.
Não é necessário ter um milhão de amigos, como queria o Roberto Carlos. Basta ter poucos bons amigos. Se você tiver apenas um bom confidente (alguém que você realmente confie e com quem se se sinta à vontade) então você já tem o suporte necessário para desabafar e se manter em equilíbrio.

Quando saímos pra nos divertir não podemos medir o sucesso da noite apenas pelo volume de álcool que ingerimos ou pela quantidade de pessoas que "pegamos". Claro que tudo faz parte, mas não quer dizer que quanto mais você bebe ou mais você fica com várias pessoas diferentes, maior será seu grau de satisfação.
Creio que a satisfação seja aproveitar o que a vida nos oferece ao máximo, dentro de um limite.
Beber na medida de ficarmos mais descontraídos, divertidos e à vontade, não de passarmos mal. Não é uma relação diretamente proporcional, de que quanto mais a gente beba e quanto mais a gente fique com várias pessoas melhor terá sido a noite. Pode até existir (e com certeza existe) quem calcule as coisas a partir desta lógica, mas acho isso muito raso.

É claro que se saber desejável e sedutor é uma das sensações mais prazerosas que existe, mas também não dá pra passar a vida toda correndo atrás do prazer desta forma. Não precisamos todos os dias conquistar alguém ou cativar cada vez mais seguidores e admiradores.

Eu sei o quanto é brega e clichê essa coisa de dizer que "o bom homem não é aquele que conquista várias mulheres, e sim o que conquista a mesma mulher várias vezes", mas não dá pra negar que não haja um fundo de verdade nisso.

Ninguém consegue viver a vida inteira acumulando quantidade. O segredo da satisfação é aproveitar bem o que você já conquistou, e não querer acumular coisas (sejam afetos ou bens materiais).

Aliás, reforço que faço questão de usar o termo "satisfação" e não o termo "felicidade". Já citei em vários outros textos o quanto acho uma bobagem querer ostentar felicidade a todo custo. Concordo com o fofo do Abujamra [e fiquei de coração partido essa semana com a morte dele] quando ele diz que não devemos nos preocupar com o sucesso, pois o fracasso é muito mais interessante de se ver.
Precisamos saber aproveitar os fracassos e os sucessos para podermos gozar de uma coisa e de outra. Precisamos aprender a tirar proveitos das merdas e das conquistas.

Então, anote a dica de hoje: pare de olhar para o lado e ver quanta gente existe que está ganhando mais que você, quanta gente é mais bonita, gostosa ou descolada que você...quanta gente tem conquistas mais interessantes que você e faz festas com mais convidados que você. O que importa na verdade não é isso, não é o comparar-se. Não se preocupe com o acúmulo, preocupe-se com o desfrute das coisas. Apenas se permita aproveitar tudo o que você tem da forma mais gostosa e foda-se o que não te pertence!