Adoro parques de diversão. Não consigo explicar a euforia que me toma a cada vez que visito um... Sinto sempre como se fosse a primeira vez. E, de todos os brinquedos, o que mais me encanta é a montanha russa.
Nunca consegui entender direito de onde vem meu fascínio por este brinquedo, ainda mais considerando que tenho verdadeiro pavor de altura. Até que, há alguns dias, finalmente entendi a grande lição de vida que este brinquedo me ensina.
Pra mim, aproveitar a montanha russa é sempre um ritual de amor e ódio, de excitação, medo e prazer.
Primeiro vem a coragem, quando a fila quilométrica [clássica em toda montanha russa que se preze] me impede de captar a dimensão da primeira queda. Depois vem a ansiedade crescente de ir aos poucos notando que o brinquedo é maior do que parecia olhando do fim da fila. Com o a aproximação a ansiedade se converte em medo e se une a necessidade de auto-afirmação da coragem inicial (afinal, depois que encaramos toda a espera até o momento de finalmente sentar no carrinho, pega super mal desistir na hora “H”, né?...rs). Por fim, meu momento preferido do processo: descer do brinquedo de perna bamba, inundada de adrenalina e pensando “Caralho! Que sensação fantástica! No final das contas nem foi tão terrível assim... Haha... Sou foda!”
Da mesma maneira que tenho medo de altura, tenho medo de uma infinidade de outras coisas. Nem todas merecem tanta atenção, eu sei, mesmo assim ainda tenho meus medos bobos e paralisantes.
E é aí que enxergo o que há em comum entre viver e dar um rolê de montanha russa...
Sempre vai haver aquele problema ou situação que decidimos encarar e que vai se mostrando maior a cada passo que damos na direção de seu enfrentamento. No momento crucial de um conflito quantas vezes temos o ímpeto de “fugir da raia”, mas o orgulho nos impede de fraquejar? Então, no momento em que a coisa se resolve, vem a mesma onda maravilhosa e quase orgástica de adrenalina.
E o que fica de lição é isso: a vida vai nos testar em muitos momentos e desejaremos evitar a queda vertiginosa de enfrentar o que nos desconcerta... Mas enquanto nos mantivermos firmes (não SEM o medo, mas APESAR dele) o desfecho tenderá sempre a uma explosão de satisfação e consciência de que nem sempre o bicho papão é tão feio quanto pinta nossa fantasia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário