sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O Carinho, o Intelecto e o Sexo - O tripé do sucesso afetivo

                Tenho ruminado já há algum tempo esta minha sensação incômoda de que sou uma pessoa sem par no mundo. E nem adianta vir me dizer que com 26 anos ainda não se viveu nada, que toda panela um dia acha sua tampa, nem nada disso. Eu tenho mesmo é me convencido de que na cozinha do mundo eu sou uma bandeja sem nenhum paninho pra improvisar.

                Por outro lado, também não posso bancar a vítima, afinal estou longe de ser uma pessoa solitária. Apesar de todas as minhas chorumelas sobre solidão e etc, não posso negar que tenho um bom círculo de convívio afetivo. Nada grudento nem simbiótico, até porque não gosto de melação. Fui criada numa família sem muitas frescuras, sem nhem nhem nhem nem muita carência. De modo geral é isto que reproduzo, mas mesmo assim sempre tem aquelas horas que bate a falta de alguém (alguém tipo um namorado, saca?).

                Então comecei a tentar decifrar por que raios minhas investidas sentimentais são tão freqüentemente desastrosas e cheguei a uma teoria.

                Recordando sobre as principais pessoas de meu histórico amoroso reparei que, se não posso dizer que algum dia fui totalmente satisfeita, também não posso dizer fui totalmente frustrada. Cheguei à conclusão que minha satisfação está sustentada por um tripé: compatibilidade afetiva, compatibilidade intelectual e compatibilidade física/sexual. Cada relacionamento que tive (seja um namoro longo ou uma ficada mais descomprometida) foi mal sucedido por se apoiar em apenas 2 (ou 1!) desses aspectos.

                A compatibilidade afetiva é aquilo que nos une aos nossos amigos, por exemplo. É aquela coisa gostosa de saber que alguém gosta de cuidar de nós e está ao nosso lado. Acho que aquela parte do discurso de casamento em que o sacerdote fala sobre estar junto “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença” etc, tem a ver com isso.

                Já compatibilidade intelectual e o que dá consistência à convivência. É o prazer mental do relacionamento. É maravilhoso sentir que nossas idéias - por mais que às vezes pareçam absurdas ou abstratas demais - são compreendidas, aceitas e até compartilhadas! Muitas vezes não damos o devido valor a este ponto, mas vejo que a longo prazo é algo de grande influência em um relacionamento.

                Compatibilidade sexual, por sua vez, é muitas vezes o gatilho de tudo. Quando isso acontece há o risco do casal virar aquela coisa mecânica de pegação 24h sem conteúdo e sem rumo [daqueles que quando a transa termina fica sem assunto]. Existem muitos casos desses por aí que estão sendo confundidos com amor, justamente porque é este o quesito que mexe com nossos sentidos, nossa percepção e nos dá uma sensação mais concreta de bem estar. Resumindo: a compatibilidade sexual com freqüência nos confunde.

                Isso faz este ponto ser, na minha opinião, o mais complexo deste conjunto. É a existência ou não deste detalhe que vai dizer se um casal é apenas amigo ou algo mais. Mesmo que não haja o coito em si [ai, que termo chulo...mas que eu adoro!...rs] existe aquele contato físico exclusivo que pode ou não acontecer a contento. Existe a cobrança social de que um casal se entenda no âmbito físico porque inconscientemente temos a idéia de que todo casal tem a função de procriar (e, pelo menos por enquanto, o modo mais comum de as pessoas procriarem ainda é pelo sexo).

                Maaaaasss...isso não quer dizer que em todo o casal que haja sexo, haja compatibilidade física. Às vezes o contato físico se torna apenas o “cumprir um protocolo social” por que a pessoa nos dá carinho e temos com ela um bom entendimento intelectual.

                   É aí que o tripé fica capenga e cai.

                Pode até parecer que sou exigente demais [talvez eu seja mesmo...], mas não existe satisfação completa se não houver um interação entre estas 3 instâncias.

                A falha que muitas vezes cometemos (pelo menos é esta a falha que notei vir cometendo desde sempre) é achar que ser atendida em apenas 2 destes quesitos bastava para ficarmos bem sem o 3°. Nenhuma combinação de 2 itens será o bastante.

                Portanto agora esta é a meta: encontrar alguém no mundo que me atenda 100% para assim viver um momento 100%. Esta é inclusive minha dica para você que está lendo este texto: não aceite nada menos que a satisfação completa. Como já disse em alguma postagem anterior: este mundo está recheado de 7 bilhões de pessoas. Alguma delas há de te atender plenamente. Tenha paciência e procure.


Boa sorte!