sábado, 11 de abril de 2009

As Intermitências da Vida

Voltando aos textos de reflexão sobre as coisas da vida que se repetem e parecem que nunca mudam...

Algumas coisas me vieram a cabeça após a leitura recente de "As Intermitências da Morte". Só pra situar quem não leu, este livro conta a história de um país onde a morte parou de matar à meia noite do dia 31 de dezembro. José Saramago neste livro ilustra todas as angustias e conflitos insólitos que poderiam ser despertadas na população de um país em tal situação. E olha que foram muitas as complicações causadas pelas férias da morte...

No começo achei meio absurdo que esta "boa notícia" virasse o drama da história, mas agora entendo que se a imortalidade fosse minha eu também entraria em pânico. Não pelos motivos da trama, claro (que eu não vou contar neste post, então os interessados/curiosos que tratem de ler o livro). Acontece que viver é uma coisa problemática e pra lá de angustiante (e que fique claro, para os que discordem, que este é um ponto de vista 100% pessoal).

Possuir uma coisa da qual não se pode desistir (a menos que você seja um suicida...) e que nem sempre (ou quase nunca) está sobre seu controle pode ser o caos.

Talvez por isso eu tenha a sensação de que de tempos em tempos eu deixo a vida no "piloto automático". Períodos em que tudo parece meio fora do meu controle: finanças, saúde, comportamentos, convivência com as outras pessoas...como se eu estivesse apenas observando minhas ações de um ponto externo a mim mesma. Se a coisa vai bem, tudo bem, se não vai também, tanto faz, não dá pra controlar mesmo...

Agora não sei se ando num momento desses. Às vezes parece que sim, às vezes acho que não...

Não ando fazendo as melhores escolhas pra mim. Não ando querendo fazer muitas escolhas (sempre tem alguém pra opinar, então pra quê queimar a mufa tomando decisões?). Meus valores estão mudando (talvez deixando de existir) e a única coisa que me incomoda mesmo é esse medo de tudo que pode acontecer (ou não). Tenho medo de ir me anulando até que a vida e a morte se esqueçam de mim e que eu vire uma zumbi...rs...

Mas esse medo também vai passar...se eu aprendi que o piloto automático muitas vezes é bom pra relaxar e não pensar muito, também aprendi que se a gente não as busca as rédeas da nossa vida encontram nossas mãos mesmo assim.
Ainda bem!

Um comentário:

Gordinha disse...

Não vou opinar pra deixar vc queimar a sua MUFA! hahahah!

Baixou o cd do Chico, tem músicas legais!

Fala que só leu intermitências por minha culpa, vaiii!

Bjs!
=D