A felicidade é uma droga que precisa ser apreciada com moderação e ser feliz o tempo todo não é normal e nem saudável.
Às vezes, me dá até uma culpa a forma como a felicidade alheia me incomoda tanto.
Mas me irrita ver como hoje em dia a felicidade é uma coisa pra ser exposta como forma de auto-afirmação.
Ser feliz está na moda.
Todo mundo tem que ter fotos de festas e viagens novas para alimentar o acervo de suas redes sociais, dá status ter histórias engraçadas pra contar e sair com o som do carro no volume máximo pra mostrar como somos bem sucedidos e sabemos gozar a vida. Quem não sabe rir alto, beber demais e ser descolado é loser.
Porém esse tipo de ostentação da própria satisfação me deixa muito desconfiada.
Acho que só é feliz o tempo todo quem é ignorante, quem se fode e ri porque acha que demonstrar frustração é sinônimo de fraqueza. (Tipo ir em show de stand-up e dar risada de piada sem graça, só porque estamos pagando e não queremos admitir que o gasto não valeu à pena)
Gente assim não sabe apreciar de forma genuína suas conquistas, porque chega um ponto que pra sustentar a alegria vale a pena se contentar com pouco.
E é essa conclusão que me deixa satisfeita por ser uma pessoa amarga (azeda, ranzinza, ou como você quiser chamar). Ser feliz não é fácil nem obrigatório.
Ser feliz uma vez no mês é mais honroso que fingir alegria todos os dias só pra não dar o braço a torcer.
Acredito que a genuína satisfação é conquistada com esforço, após frustrações e é fruto da consciência de que o mundo é ruim, que a vida é dureza.
Esta consciência nos ajuda a enxergar de verdade o que vale a pena: nossas conquistas, nossas pequenas vitórias que devem ser comemoradas.
Muitas vezes nossa satisfação é só nossa e não há como "postar" por aí, nem deixar em exposição. Ser feliz de verdade é ter um tesouro só nosso e desfrutar dele, muitas vezes, de forma silenciosa.
Esta é a magia.
domingo, 14 de agosto de 2011
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