quarta-feira, 10 de julho de 2013

É tudo pose

[gostaria de começar deixando claro que quando digo "nós" ou faço uso do plural no post abaixo como se falasse de algo comum a toda raça humana, estou me referindo exclusivamente a mim e discorrendo sobre conclusões que tiro com base apenas na minha própria vida]


O fato é que a natureza humana é cheia de carências. Vivemos nos agarrando a muitas coisas para taparmos  nosso vazio interno.
Todos nós, cada um à sua maneira e em maior ou menor grau, tem como objetivo primeiro da existência ser amado, querido, admirado... É isto que nos dá a sensação de preenchimento que faz valer a pena levantar a cada dia e encarar este mundo hostil de merda que nos rodeia.

Um mecanismo não muito raro e até certo ponto eficiente que temos para sustentarmos a segurança de nos sabermos "gostáveis" é ostentar uma imagem de força e convicção e exibirmos todas as nossas qualidades sempre que possível.

Apesar de ser inegável a importância de sabermos o que temos de bom, também acho que por outro lado usar isto como escudo nos momentos de frustração é uma grande armadilha. Nos torna excessivamente defendidos em momentos que talvez o melhor ou mais proveitoso para nosso crescimento pessoal seja justamente explorar nossas fragilidades ao invés de nos escondermos por trás de nossa [suposta] força.

Pelo menos isto é o que tenho compreendido paulatinamente nos últimos tempos: muitas vezes a melhor defesa não é o ataque, mas sim a rendição.
Me sinto aprendendo coisas que acho que as pessoas normais aprendem até os 5 ou 6 anos de idade. Aprendendo a chorar, a assumir muitas coisas que não sei, reconhecendo situações que não consigo manejar e me despindo desta casca grossa que me acompanhou bravamente nos últimos quase 26 anos. E, ao mesmo tempo em que isto me deixa numa vulnerabilidade extrema, também me faz entrar em contato com uma faceta até então desconhecida da minha humanidade. [Parece que foi ontem que minhas colegas de CEFAM me apelidavam de S.S. (sem sentimentos) por minha incrível capacidade de ser racional e distante em momentos de crise e vejam só o que me pego escrevendo...quase não acredito...rs]

Como eu mesma fazia até muito pouco tempo atrás, muita gente ainda se fixa na ideia de que o importante mesmo é não descer do salto, não baixar a crista (como costuma dizer minha mãe). Mas já diria Lobão "É tudo pose"....
A real é que toda mocinha alguma noite chora no travesseiro, todo machão em alguma hora tem medo da vida, toda mãe questiona sua postura com seus filhos e todo padre em algum momento teme cair em tentação, por mais que vivamos a esconder nossos calcanhares de Aquiles.
Hoje a consciência disso tem me matado e libertado em vários níveis...

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