quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Verdadeira Auto-Ajuda

O tempo passa, mas algumas coisas parecem que nunca mudam. Em mim...

Tentando organizar a estante de livros esses dias encontrei uma folha solta de um bloco de anotações com algumas coisas escritas por mim. O papel não tinha data, mas pelo seu comteúdo imagino que deva ter sido escrito por volta de agosto de 2006.

2006, aliás, foi um ano muito importante pra mim. Um ano em que dei de ombros com as repressões e fiz muitas das loucuras que me vieram a cabeça.
Algumas aventuras, baladas, um sexozinho sem compromisso aqui e ali e a busca por uma satisfação que até hoje eu não entendo bem qual era e ainda tenho cá minhas dúvidas se consegui.

Enfim, de volta 2009, toda a inconstância hormonal foi controlada e as aventuras da carne há muito foram colocadas nos trilhos e no mínimo da moralidade.

E mesmo assim me vi surpreendida pela capacidade de meus dizeres de outros tempos traduzirem o que ainda hoje posso dizer de mim. Talvez seja esta a única e verdadeira "auto-ajuda". Minhas muitas (muitas mesmo) anotações acumuladas desde 1999 quando dei início ao meu diário (que abandonei quando abri o blog) frequentemente me dão boas lições, me empurram pra frente e me impedem de cometer erros repetidos.

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"Parece que não consigo mesmo ficar igual muito tempo. Parece que tenho sempre que procurar sarnas pra me coçar (...) Afinal, quantas diferentes Nadias existem neste corpo? Cada vez que paro pra organizar meu conteúdo interno acabo por achar mais uma perdida em alguma gaveta empoeirada.
E se não bastasse, vez por outra 2 ou 3 se encontram e param pra conversar. Sai de baixo. Quase sempre discussão das bravas.
Nenhuma difere muito da outra na principal característica que é a de ficar sempre procurando algo (alguma insatisfação misteriosa).
O complicado é que cada uma acha importante algo totalemente sem valor para as outras. Algumas até atormentam o mundo pelo que querem, mas ainda nenhuma delas aprendeu a ser constante e segura."

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É isso aí. Não mudaria quase nada se o texto fosse escrito hoje. Eu sou muitas e nenhuma faz muito sentido.

Hoje minha desordem é de outra ordem. Meu coração parece ter achado sua "casa no campo" e repolsa feliz (ao menos na maior parte do tempo).

Minha cabeça, esta sim, ainda tem muita coisa incerta. Se no passado dei de ombros com a moral, agora o tempo é de abrir mão de conselhos responsáveis.
Cansei de ter juízo. Sei que é feio, acho que não vou pro céu, mas estou começando a dar mais ouvidos pra uma pessoa meio imatura: EU.

Passei muito tempo pensando e me culpando pela opinião alheia na hora de tomar minhas decisões. E isso não me impediu de fazer muitas merdas.

Então agora é assim: seja o que EU quiser!
Tentarei tomar cuidado, mas só se houver uma forma de ter cuidado sem juízo...

"Quem pensa por si mesmo é livre
E ser livre é coisa muito séria
Não se pode fechar os olhos
Não se pode olhar pra trás
Sem se aprender alguma coisa pro futuro"

Um comentário:

Bianca disse...

A multifacetada Nádia é a que completa a única face da Nádia que eu conheço. Se por um lado acompanho por muito tempo, por outro, quanto mais conheço, mais percebo que há por conhecer.

Mas assim é a vida, enquanto os outros descobrem um pouco de nós, continuamos a procurar por nós mesmos.