quinta-feira, 11 de junho de 2015

A droga do amor

Me perdoem os amantes de literatura infanto-juvenil por ter usado o título deste clássico do Pedro Bandeira para dar nome pro meu post, mas foi o melhor que me ocorreu.

O amor é um mistério, um desafio, uma coisa rara e, muitas vezes, uma droga. Porque, como dizem: "O amor não é aquilo que te deixa bobo e rindo à toa. O nome disso é maconha. O amor é outra coisa." (tu-dum-tizzz!)

Piadas à parte, embora pareça que o objetivo seja tratar este sentimento tão complexo de maneira negativa, não é bem isso. Quero apenas lançar um olhar racional e porque não dizer "científico" sobre ele.
Amanhã é dia dos namorados. Casais planejam comemorações, apaixonados silenciosos pensam em se declarar, rejeitados amargam suas carências...e eu escrevo.

Escrevo porque pela primeira vez na vida não sei em qual desses grupos me encaixo e comecei a me remoer tentando entender o que é isso que as pessoas chamam de amor.

Digo "as pessoas" porque sei muito bem que o amor que eu idealizo não existe. O amor que eu idealizo é aquela relação positiva de querer bem, de gostar de cuidar, de poder se divertir, ser honesto, transparente e generoso sem ameaçar o vínculo com quem amamos. É uma partilha plena de vida e de valores. (E isso vale para relacionamentos em instâncias que transpõe a vida de casal e que também deve existir entre amigos, familiares, colegas de trabalho etc).

Porém o que vejo sendo chamado de amor é simplesmente a possibilidade de posse de outra pessoa. Muitas vezes vejo casais estendendo relações desastrosas porque não aguentariam ver seus parceiros com outras pessoas. Não se permitem abrir mão da posse do outro e em nome disso abrem mão da possibilidade de uma vida mais plena, porém solitária.
(Só pra mim isso não faz sentido?)

Digo que o amor é uma droga, não por achar que seja ruim, mas porque tal como acontece com as drogas de todos os tipos: com o tempo vamos precisando de doses cada vez maiores para sentir o mesmo "barato".
Conhecemos alguém, nos apaixonamos e, no início, apenas algumas horas com esse alguém nos mantém em estado de êxtase por dias. Aí o tempo passa e quando notamos todas as nossas horas estão voltadas para esta mesma pessoa e o tal estado de êxtase se torna progressivamente mais raro.

E é engraçado, mas por coincidência "veneno" e "amor" são palavras intimamente relacionadas, afinal VENENO vem do latim VENENUM: “substância tóxica, veneno”, originalmente “remédio, poção”, possivelmente também “poção de amor”, ligada a VENUS: “amor, desejo sexual”. (estas informações foram coletadas de fontes aparentemente confiáveis deste site. Caso esteja dizendo alguma bobagem -o que eu não estranharia...rs- e algum linguista deseje me corrigir, favor me fique a vontade!)

Então cuidado, crianças... Amanhã o mundo te pressionará para que você tenha alguém, que ame. Mas só faça isso se for sadio. Cuidado para não se intoxicar de ninguém.
E um feliz dia dos namorados a todos!
*Aprecie com moderação*

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